sábado, 6 de novembro de 2010

Irregularidades marcam a campanha política em Uberlândia

Texto editado por Erivelton Rodrigues

Candidatos desrespeitam a lei eleitoral e causam transtornos à população

Rua Antônio Bento Rodrigues, bairro Granada
Imagens: Alysson Rodrigues

No dia 03 de outubro de 2010, foram realizadas em todo o país, eleições para a escolha dos representantesque ocuparão diversos cargos do Poder Executivo. Foram disputados os cargos de Deputados Estaduais e Federais, Governadores, Senadores e  Presidente. Em Uberlândia, o período de campanha política e o dia da eleição, foram marcados pela sujeira promovida pelos candidatos, e também pela campanha irregular.

A propaganda eleitoral foi liberada no dia 05 de julho, quando começaram os programas eleitorais na televisão e rádio. Também começou a ser feita a propaganda por meio de panfletos, santinhos, botons, jornais, entre outros.
As campanhas contaram ainda com os já conhecidos carros de som, chegando a ocorrer encontros entre carros de candidatos diferentes, e com a utilização de placas que foram espalhadas pelo país. Os canteiros das avenidas, as rotatórias, estavam tomadas por esse tipo de propaganda, dificultando a vida dos motoristas.

Esse cenário foi encontrado em diversos locais da cidade e em épocas diferentes. Como por exemplo, nos jogos do Cruzeiro no Parque do Sabiá, contra Corinthians, Flamengo e Internacional; A 47ª Exposição Agropecuária de Uberlândia, Camaru 2010, que foi realizado entre os dias 28 de agosto a dia 07 de setembro.
O panorama nestes locais era de carros de som de vários candidatos ligados ao mesmo tempo; panfletos, santinhos jogados aos montes pelo chão; e placas dos candidatos esparramadas em vários locais.   

Os dias passaram, e a divulgação dos candidatos continuou. Veio a véspera da eleição, e é normal que os candidatos façam carreatas e corpo-a-corpo com os eleitores. Mas em Uberlândia, esses eventos foram marcados pela falta de respeito. Em relatos de pessoas, foi possível compreender o motivo. Nas ruas em que esses movimentos passavam, deixavam um rastro de sujeira. Os santinhos pareciam papéis picados, pois eram arremessados ao céu como se fossem confetes. Botons e adesivos eram afixados em muros, portões e até em carros. Apesar destes problemas, se esperava um dia de votação mais limpo. Mas isso não aconteceu.

Escola Estadual Professor Inácio Castilho

Várias zonas eleitorais da cidade foram marcadas pela sujeira das ruas. Flávio de Oliveira vota na Escola Municipal Professor Eurico Silva, no bairro São Jorge. Ao chegar a escola para votar ele se deparou “com muita sujeira nas ruas, com muito excesso de panfleto de político”. Oliveira considera que este tipo de publicidade é crime, por sujar as vias públicas. E considera ainda que essa atitude não adianta, “por que ninguém pega o papel no chão sujo para poder votar. No dia da eleição, todo mundo já está decidido em quem vai votar”. Ele reclamou ainda dos carros de som, usados pela maioria dos candidatos em suas campanhas. Ele disse que esses carros circularam, por algumas vezes após as 22h. O conteúdo veiculado por eles era repetitivo. E que em algumas oportunidades, os carros de candidatos diferentes se encontravam.  Segundo ele ninguém entendia nada, se transformando em poluição sonora.

Outro exemplo foi encontrado na Escola Estadual Professor Inácio Castilho, localizada no bairro Granada. A seção eleitoral de Reinaldo Leal dos Santos é neste local. Ao ir à escola para votar, ele encontrou “papel na porta, bagunça, cartaz, som ligado muito alto”. Diz que é contra a sujeira feita pelos candidatos. Segundo ele, se fosse à porta da casa dele não aceitaria, é uma falta de educação. “na minha rua tem uma escolinha que nem votação tem, mas foi feita bagunça, sujeira”. Segundo Santos, todos em sua casa reclamaram do cenário visto nas ruas. Além dele, a esposa e sogra, acham que é falta de respeito com os eleitores.

Como vimos a legislação para o período eleitoral não está sendo cumprida. Segundo Paulo Henrique de Souza, chefe do Cartório Eleitoral da Zona 314, há uma lei específica para este momento que é a lei 9504/97. Em seu parágrafo nono, ela refere-se a distribuição de material gráfico. Assim ela reza: “Até as vinte e duas horas do dia que antecede a eleição, serão permitidos distribuição de material gráfico, caminhada, carreata, passeata ou carro de som que transite pela cidade divulgando jingles ou mensagens de candidatos”. Segundo Souza, as irregularidades demonstradas até as 22h horas podem ser consideradas propagandas irregulares, por ser somente excesso. Mas ele ratifica, que no dia da eleição, a sujeira que vimos nas ruas é crime. A pena prevista em lei, pode ser o pagamento de multa no valor de 5.000 (cinco mil) a 15.000 (quinze mil) , convertidos para a Unidade Fiscal de Referência (UFIRs).

Escola Municipal Professor Eurico Silva

Assim, todo o eleitor tem direito a ter uma eleição tranqüila e com as ruas limpas. Cada pessoa pode colaborar, denunciando os problemas existentes em sua região. Por que somente desta forma os candidatos terão consciência dos transtornos causados por eles à toda a população. 

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Como as leis, regras e mandamentos interferem no Jornalismo



O mundo jornalístico é permeado de regras e leis que devem ser seguidas, para o bom exercício da profissão. Regras de trabalho, que situam o jornalista em vários campos como: profissional, empresarial, ético, entre outros. Mas para que segui-los?

Os jornalistas seguem uma lista de mandamentos, além de seguir os manuais de trabalho e regras profissionais da empresa onde trabalham. Essas regras e mandamentos servem para padronizar o jornalismo. Mas as regras também servem para saber o que pode ou não pode ser dito para as pessoas.

Há no jornalismo alguns pecados capitais, que as pessoas leigas, muitas vezes não veem, passam despercebidos ao olhar desse público. A distorção e a colocação de imagens falsas têm lugar de destaque nesse cenário. Como por exemplo, aquela vez em que o Gugu (Augusto Liberato) dizia estar entrevistando um membro do PCC. Aquele ato acabou com o prestigio que ele (Gugu) tinha no cenário nacional, quando se descobriu que tudo não passava de uma grande mentira. Mas há também a distorção de imagens de vídeo, através da edição das imagens, onde o editor “pode” escolher o que a pessoa da imagem vai dizer.

Mas há ainda o problema do julgamento antecipado das pessoas. Os jornalistas têm em suas mãos um instrumento poderoso, a palavra, que nesse caso pode se transformar em uma arma. Essa arma, se usada de forma errada contra uma determinada pessoa, ela pode denegrir toda a sua imagem. O caso mais recente desse tipo de julgamento é o caso da menina Isabella Nardoni. Onde os pais da menina, desde o inicio do caso, já foram considerados “culpados” pela mídia de todo o país, do assassinato da menina, mesmo sem provas. Esse fato repercutiu na opinião pública, fazendo com que a população de todo o país, pedissem a punição dos pais, que mais tarde, com o laudo da polícia de São Paulo, foram indiciados como os únicos suspeitos pelo crime.

O jornalista tem como compromisso principal com seu público, de levar até eles (o público) a verdade dos fatos. Mas essa verdade é contada de acordo com a sua versão de ver os fatos. A verdade para o jornalista, nada mais é que a versão de um determinado fato. Assim, podemos dizer que no Jornalismo, a verdade são versões.

Outro fato importante é que o jornalista tem que honrar e capaz de ser responsável pelo que ele diz e escreve. As palavras têm um peso muito grande, e se mal compreendidas, podem acabar com qualquer pessoa. Então, é necessário observar tudo o que se diz e escreve, para não ser mal entendido, e ter uma fama de tagarela, mas que não prova nada que diz.

Além de ser responsável pelo que diz, o jornalista tem que ter coragem para dizer o que está acontecendo realmente. Tem que ter coragem, dar a cara para bater, mas mostrar a verdade como ela é, nua e crua, sem enganar o público, como muitas vezes acontece.

O jornalista também tem que ter o impulso de educar. Já que o jornalista tem um impulso investigar e mostrar o que acontece, ele também “pode educar” as pessoas. Mostrando os costumes daquela região, fatos culturais e principalmente mostrar as pessoas, as leis e os seus direitos, aos quais muitas dessas pessoas não têm acesso, mas que são garantidos para elas por decreto de lei.

O dever do jornalista é mostrar que as pessoas têm que cobrar os governantes, para que essas leis sejam realmente colocadas em prática. O povo tem que cobrar atitude dos governantes, mas o jornalista tem que dar o suporte para o povo, situando o povo do que realmente se passa não só na área política do país, mas também área social e cultural do país. São áreas, em que o povo tem que estar bem situados, para que possa haver uma mudança.